EMDR
Dessensibilização e
Reprocessamento por
Movimentos Oculares
História
Em 1987, Francine Shapiro, então doutoranda em Psicologia, caminhava pelo parque da cidade de Los Gatos, na Califórnia, quando notou que seus pensamentos perturbadores começaram a desaparecer. Ao tentar pensar novamente neles, percebeu que não a incomodavam como antes. Ela observou que quando o pensamento
perturbador lhe vinha à mente, seus olhos começavam a mover-se rapidamente. Os movimentos oculares afetavam os pensamentos em sua mente. Ao tentar retomar os pensamentos perturbadores, parecia que eles
tinham perdido muito de sua carga negativa.
Como acontece o EMDR?
A pesquisa dos Movimentos Oculares Rápidos (REM), que ocorrem durante o sono, é relevante para esclarecer o êxito do EMDR. Estudos demonstram que todos processamos as experiências do dia durante as etapas do sono REM. Em situações normais, o cérebro “revisa” as experiências do dia, processa-as e arquiva as lembranças em um enorme banco de dados cerebrais. No entanto, quando temos alguma experiência traumática, parece que o cérebro não consegue processar o evento e o incidente permanece aprisionado em uma espécie de “nó neurológico”. Quando pedimos ao cliente que se lembre de alguma situação traumática e
promovemos a estimulação bilateral (ocular, auditiva ou tátil), o cérebro recebe a ajuda necessária para finalmente processar o fato e arquivá-lo de forma adaptativa. Perde-se, assim, a carga negativa associada à situação. Com frequência, recuperam-se lembranças positivas vinculadas ao trauma, recordações que até então não eram percebidas. Muitas pessoas têm a sensação de que a lembrança negativa finalmente ficou no passado e não se sentem mais incomodadas ao se recordarem dela.
Processamento Acelerado da Informação (PAI)
Dra. Shapiro desenvolveu o conceito do processamento acelerado da informação (PAI) para explicar os efeitos rápidos do tratamento que ela observou com os clientes. O cérebro dispõe de um sistema de processamento da informação que mantém o equilíbrio emocional, no entanto, quando uma pessoa tem uma experiência traumática, as lembranças ficam aprisionadas em uma rede neurológica exatamente como aconteceu, permanecem congeladas no tempo, dentro do corpo e da mente, o sistema se trava. Ao aplicar estimulação bilateral, ativa-se a rede onde ficou presa a lembrança e restaura-se a capacidade de processamento. Isso permite a busca de informações em outras redes neurológicas onde a pessoa pode encontrar o que precisa para compreender o que lhe aconteceu. As duas redes – onde está arquivado o trauma e onde estão as informações úteis à compreensão – conectam-se pelo que se chama “processamento acelerado da informação”.
Cada série de movimentos continua liberando a informação perturbadora e acelerando a elaboração dessas lembranças e imagens por meio de um caminho adaptativo até que os pensamentos, sentimentos, imagens e emoções tenham se dissipado e sejam espontaneamente substituídos por uma atitude positiva.
Indicações
O EMDR tem apresentado eficácia no tratamento de diferentes problemas, alguns exemplos são:
Ansiedade
Baixa autoestima
Bullyng
Compulsões
Depressão
Dificuldades de relacionamento
Dor do membro fantasma
Fibromialgia
Fobias
Lutos
Pânico
Problemas relacionamentos ao desempenho
Somatizações
Transtorno bipolar
Transtorno Obsessivo Compulsivo
Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT)